23.7.06

minutos e mais minutos

Medo.
Receio.
Pânico.

Agradar plenamente, é uma tarefa deveras complicada. Por vezes, deparamo-nos com situações imprevisíveis, sobre as quais nunca tínhamos pensado. Situações ocorrentes num certo momento, que nos deixam a pensar na vida. Em pequenos minutos, a nossa vida passa-nos pela cabeça… Fazemos uma analepse e tentamos decidir nos poucos minutos que nos restam o que fazer, como fazer.
Em várias alturas da minha vida, agi segundo o momento, a loucura, o desejo. Agi sem pensar. Por vezes dei-me bem, outras mal. Situações óptimas para me fazer acordar e gastar mais uns minutos a pensar na vida. Gosto de pensar na vida. Gosto de ir fazendo uma reflecção sobre a minha evolução. Ter sempre presente a noção de bem e mal, correcto e incorrecto, sim e não. Já não sou uma criança, tenho mais é que ponderar os prós e contras. Tentando ao máximo, satisfazer os outros e obviamente, a mim própria, passo horas a pensar. Porque eu sei que há bastantes coisas a aperfeiçoar, outras a melhorar e outras ainda a modificar. A minha busca pelo melhor, é constante. Tenho de começar por mim e só então, passar aos outros. A vida, mostrou-me que a postura de “tá-se bem”, “é tudo na boa”, não resulta assim tão bem. As consequências poderão ser catastróficas. E como a minha vida, já sofreu umas quantas catástrofes, prefiro ponderar bem, antes de agir.
Quando finalmente tomo uma decisão, há a possibilidade de ser bem aceite ou não. De ser compreendida ou de passar totalmente ao lado. E então, todos os minutos que gastei atrás, voltam a invadir os meus pensamentos e volto a ficar sem saber o que fazer. E entro assim, num círculo vicioso. Círculo do pensamento que não me deixa sair dali. A cabeça anda a mil e as ideias dançam constantemente, sem encontrar uma posição fixa. E aí, entra o MEDO, RECEIO, PÂNICO. E quando eu acho que me estou a livrar deles, vem algo ou alguém, que me faz encolher e não tomar uma decisão.
Tento ser coerente nas minhas decisões. Nem sempre o consigo.
Tento fazer o melhor possível. Nem sempre o consigo.
Lamento, se por vezes me torno numa desilusão, lamento se não consigo indicar o melhor caminho. Impossibilidades da vida.
Continuarei a fazer um esforço, continuarei a tentar encontrar respostas e no dia em que as tiver, no dia em que não esteja a ser invadida por sentimentos feios e medonhos, a loucura apoderar-se-á de mim e chegaremos ao clímax. Até lá, continuamos cúmplices. Unidos. Lado a lado. Olhos nos olhos. Corpo com corpo. De mãos dadas. Eu e O POETA.


Ao som de Ala dos Namorados – Loucos de Lisboa