29.8.06

O ORGULHO NÃO MORA AQUI

Sentada no sofá da minha sala, fumo um cigarro para me descomprimir. Pela minha cabeça vagueiam os pensamentos mais repugnantes que tive nos últimos tempos. Estava a ler um livro (Será Que As Mulheres Ainda Acreditam Em Príncipes Encantados?, do Rodrigo Moita de Deus) e inevitavelmente a minha cabeça concentrou-se num só pensamento, numa só pessoa, no Poeta. Mandei-lhe uma mensagem com uma frase que fez todo o sentido "Ela (mulher) chama a atenção dos outros homens só para chamar a sua" (página 113). Verdade mais verdadeira não poderia haver... Foi exactamente isto que se passou este fim-de-semana. E até teve os seus resultados. Não foram os melhores mas há que ter em conta que a minha atitude não foi totalmente consciente. Nunca foi minha intenção magoá-lo da maneira que magoei até porque muito sinceramente, pensava que já lhe era indiferente. Pelos vistos não. Não consigo no entanto, dizer se fiquei feliz ou triste. Acho que fiquei feliz e triste.
Numa outra situação, teria achado normal. A minha Mãe achou normalíssimo, tendo em conta que ela é bastante conservadora, se calhar até é mesmo normal. Se calhar, ouvi e li coisas que não devia ter lido e ouvido. Mas honestamente, não me interessa. O Poeta ficou bastante magoado comigo e essa é a única coisa que realmente me interessa.
Neste momento, concentro-me apenas numa coisa que é a possibilidade de ele estar neste exacto momento com outra miúda. É o mais provável e isso, está a deixar-me fula. Apetece-me estalar os dedos e estar imediatamente na presença dele, a ver o que estará ele a fazer. Mas é impossível e só me resta ficar aqui, sentada no sofá da minha sala, a 200 Km do Poeta, acender um cigarro e tentar abstrair-me dessa possibilidade. Esperar que ele comunique comigo.
A mensagem que lhe mandei, está pendente. E a esta hora, a probabilidade de este estar ainda a trabalhar é quase nula. Prefiro pensar que é exactamente isso que está a acontecer, tendo a noção que só me estou a enganar a mim própria.
O que eu devia mesmo fazer era desistir dele. Devia dar mais ênfase ao meu orgulho e seguir a minha vida, como se nada se tivesse passado. Se ele ficou magoado, azar, não me tivesse mandado dar uma volta. Devia adoptar esta postura porém, não consigo. Ainda não me saiu da cabeça, do coração, que é ele o escolhido. E assim, acendo mais um cigarro, à espera d' O POETA.
BENDITO SG VENTIL!
Ao som de Sarah Brightman - Time to say goodbye